sábado, 2 de junho de 2012

Snow White and The Huntsman (Branca de Neve) - 2012

Eu saí de casa pra ver esse filme legendado. Acabo vendo dublado numa sala cheia de gente mal educada que não sabe que lugar de gente barulhenta em dia de estréia é a sessão legendada. A que eu devia estar. Porque eu ia gritar muito quando o lindo Chris Hemsworth aparecesse de caçador. Mas aí eu tive de me conformar e comer a pipoca o mais devagar possível pra ouvir o que eles estavam falando.

SWATH (Snow White and The Huntsman) é uma adaptação do conto de fadas Branca de Neve. Foi dirigido por Rupert Sanders e escrito por Evan Daugherty. No decorrer do filme dá pra perceber as coisas que mudaram e as que permaneceram (ainda que o número de coisas modificadas tenha sido extremamente superior) e que a Branca de Neve, nesse filme, teve um papel de coadjuvante quando comparada aos verdadeiros coadjuvantes da história. Mas é uma adaptação e, como o nome já diz,  ninguém deve esperar a história clássica da Disney nas telonas.

Como quase sempre acontece, tudo começa com um desejo/ação de uma mulher bondosa. A mulher bondosa, nesse caso a Rainha mãe de Branca de Neve, furou o dedo numa rosa e desejou que, se um dia tivesse uma filha, queria que ela tivesse os lábios vermelhos como sangue, pele branca como a neve, cabelos negros como as asas de um corvo (normalmente é negras como a noite, mas tudo bem é uma adaptação) e que ela fosse tão forte como aquela rosa em que ela havia se furado. Essa menina nasce. Branca de Neve, como já era de se imaginar. Ok. Primeira parte.

Era de se esperar que ela ficasse orfã. Ela fica. Ela e o pai ficam de luto por um tempo até que um exército se aproxima e leva o pai de Branca para o campo de batalha. Depois de "ganhar", o exercito vencedor encontra uma prisioneira. Ravenna. E adivinha quem ela é? A Rainha Má! O pai de Branca como bom rei que é oferece abrigo em seu castelo para Ravenna. Mas ela é tão estupidamente linda que ele casa com ela um dia depois. UM DIA DEPOIS! Depois, ele morre. Na verdade, Ravenna mata o pai de Branca e suga sua beleza. A rainha invade o reino e prende Branca, que deveria ter uns dez anos. 

A rainha. A coisa mais perfeita do filme todo. Créditos à Charlize Theron que interpretou divinamente a Rainha Má. Desde sempre todo mundo sabe que ela tem essa obsessão por beleza, de juventude eterna e etc. Mas nesse filme é mais que obsessão. É uma necessidade que ela tem de se sentir jovem e linda sempre. Sem ter uma ruga no rosto perfeito. Além de Rainha, Ravenna é uma "bruxa-transformista" que consegue tirar a juventude e beleza de quem quiser, a torto e direito. Ela é quem carrega o filme nas costas deixando a Branca de Neve interessante e digna de respeito por ser justamente o oposto total de si mesma. A Rainha Má é a personagem principal da adaptação e ponto.

O espelho cego, à quem a rainha pede pra dizer se ela é mais linda ou não, avisa que existe uma pessoa que pode tomar o lugar dela como mais linda de todas. E esse alguém é prisioneira dela e filha do finado rei. Branca de Neve. Aí vem a tarefa difícil de levar uma menina franzina de uma cela até o salão. O irmão da rainha falha. Como assim um homem forte e bem alimentado deixa um prego vencer? Pelo amor do Pai! Só em ficção mesmo. (Aqui vale uma observação: Ravenna era uma mulher liinda. O irmão era totalmente o contrário. Totalmente. E ele ainda tenta seduzir a inocente Branca de Neve.)

Branca de Neve foge. Sai pelo esgoto do reino e cai no mar (nem nos contos de fadas eles tinham saneamento.) E, convenientemente, tem um cavalo misterioso esperando por ela quando sai do mar. Ela vai parar na Floresta Proibida e aí começa uma coisa que eu reparei. Existem cenas em SWATH que remetem a outros filmes. Em Lua Nova, quando Edward decide que representa um perigo para Bella, a protagonista cai em posição fetal no meio da floresta esperando não sei o que. Bem, Branca de Neve cai deitada igual a Bella. Assim como o nome Floresta Proibida pra mim remete a Harry Potter. Outra coisa foi um veado branco (uma espécie de Aslan + o patrono de James/Harry Potter) que aparece só por aparecer.

A rainha fica puta quando descobre que o irmão Quasímodo dela deixou a menina fugir. Aí chama alguém que não tem medo da floresta. O meu, o seu, o nosso Chrisinho. O caçador é um bêbado. Pra afogar as mágoas ele bebe até não ter mais dinheiro pra pagar e acaba resolvendo tudo na porrada. A rainha o convoca e exige que ele vá atrás da menina. Em troca ela traria de volta a finada esposa dele, razão de ele ser um beberrão. Ele vai, encontra Branca de Neve, mas não assassina a garota. Ele promete levá-la até o forte do Conde amigo do pai dela. (Aqui, outra observação: sabe o Príncipe Encantado? Pois é. Nesse filme o nome dele é William, e ele nem é o amor verdadeiro.)
 O caçador ficou aquela coisa máscula que deveria ser. Eu prefiro o Chris loiro, como em Thor, oque não significa que eu não gostei. Ele tem, realmente, uma habilidade nata com martelos, machados e mjolnir. Ele leva a Branca de Neve com ele até onde dá, porque os dois começam a se envolver. Romanticamente. Mas ele volta, e os dois encontram o reino.

Do meio pro final, pra quem já leu Mockingjay, o terceiro livro da trilogia de Jogos Vorazes, vai, provavelmente, perceber que SWATH utiliza da mesma linha de roteiro. Eles tem um símbolo e vão lutar por ele na guerra. O que deixa o final bem previsível. Branca consegue o reino de volta.

A cena da batalha foi muito bem feita. Efeitos muito bons (aparece uns estranhos e fadas que mais parecem saídas de O Senhor dos Anéis). Mas, os melhores efeitos foram usados na Rainha. Uma vez ela estava de corvo, outra vez empapada em uma máscara de leite, quando ela morreu, quando ela envelhecia... São tantas as transformações que até confunde. Outra coincidência: em Harry Potter, a profecia descoberta em A ordem da Fênix dizia que um só pode sobreviver se eles tentarem se matar mutuamente. É o que acontece em SWATH. Só Branca pode matar Ravenna e vice-e-versa.  

SWATH quer mostrar que beleza não é tudo. E que a busca pela juventude pode enlouquecer (em casos extremos, matar). Eu gostei, apesar dos contratempos. E fiquei até os créditos (fui a ultima a sair da sala) ouvindo Breath Of Life, da minha querida Florence and The Machine. Vale muito a pena ouvir.
Beijos e até o próximo filme. ^-^



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